As possibilidades da carreira em W para sua trajetória profissional

Postado em 5 de nov de 2020
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As relações das diferentes gerações (dos baby boomers e passando pela X, Y ou millennials e Z) com o mercado de trabalho já foram alvo de muito debate.  

A passagem de carreiras e cargos estáveis e mais previsíveis para formas colaborativas e interdisciplinares de trabalho, freelas, gig economy …   

São divergências comportamentais nítidas, mas todas gerações possuem algo em comum: almejam uma carreira de sucesso e um bom currículo para contar suas histórias!   

Os setores de recursos humanos das instituições já sacaram essas mensagens e, provocados por essas discussões, estão se adaptando a partir destes recortes etários!  

Afinal de contas, são outras formas de pensar sobre o vínculo com o local de trabalho, a carreira e as motivações profissionais. Pensando nisso, várias questões novas surgiram e colocaram em xeque antigas fórmulas.   

Como por exemplo: os líderes devem apenas delegar, como ocorria antigamente?  

Ou precisam também colocar a mão na massa ou no mínimo entender verdadeiramente como funciona o processo técnico que eles delegam para não criarem expectativas e prazos inviáveis?   

Para resolver essa e outras questões, a chamada carreira em W surge para combinar conhecimentos técnicos e específicos com cargos e perfis de liderança e gestão.   

Acredita-se, nessa perspectiva, que habilidades técnicas e de gestão não são excludentes, mas complementares.   

É, portanto, uma forma de conciliar novas perspectivas e desejos dos profissionais com o desenvolvimento da própria instituição. Trata-se de uma nova perspectiva sobre desenvolvimento profissional e plano de carreira.   

Mas até aqui o conceito de carreira em W ainda está abstrato, certo?  

Por isso você vai encontrar as seguintes informações a seguir:  

 

O que é um plano de carreira dentro das organizações  

O plano de carreira trata-se de uma trajetória em potencial que é possível ter dentro da organização . É um planejamento feito pelo profissional a partir do que ele entende ser possível dentro daquela instituição, uma espécie de mapa.   

É, portanto, uma forma do colaborador entender que tem futuro naquele espaço.  

Geralmente esse sentimento ocorre a partir da combinação:  

  • Dedicação e esforço + qualificação profissional + tempo de trabalho  

Essa fórmula que resultará em novos cargos dentro do organograma da empresa.   

Ou seja: um caminho de ascensão, geralmente exemplificado na figura de alguém que começa na base e vai conquistando posições diferentes na hierarquia da instituição.   

Devemos sempre lembrar que esse caminho de sucesso só é possível com qualificação continuada, ou seja: não dá para parar de estudar.   

Hoje em dia uma graduação, por exemplo, é super importante para conseguirmos colocar em prática o que estamos trazendo nesse texto.   

E, nesse sentido, um plano de carreira é essencial para atração e retenção de profissionais qualificados que estão em busca de oportunidades.   

Mas você sabia que existem diferentes tipos de planos de carreira, marcados temporalmente? Com qual você já teve contato e em qual se encontra hoje?  

Não sabe? Então vejamos:  

Os diferentes tipos de carreira  

Bottom-up  

Esse é o tipo mais tradicional, aquele com o qual nossos pais e avós provavelmente tiveram contato. Trata-se de uma trajetória vertical, da base para o topo. Nesse caso, o tempo de empresa conta muito!   

Profissionais que se desenvolveram na lógica bottom-up levam muito em consideração a estabilidade de um emprego para a vida toda.   

Carreira em Y  

A carreira em Y parte do pressuposto que é necessário um movimento contínuo de especialização para você se destacar. Possui apenas o Ensino Médio? Não é o bastante, busque uma graduação .  

Após a graduação é importante manter-se atualizado com uma pós e por aí vai. Esse é o cerne da carreira em Y, crescimento linear a partir de qualificação formal!   

Nesse caso os cargos técnicos e administrativos representam vias separadas de desenvolvimento. Em certo momento o colaborador deverá optar por um cargo gerencial de liderança ou de especialização, sem a possibilidade de coexistência entre ambas habilidades.  

🔵Leia também: O que é fit cultural e por que é tão importante para sua carreira 

Carreira em W  

Já na carreira em W, foco do nosso texto, a palavra-chave é polivalência! Ela representa um zigue-zague em que é preciso conciliar os interesses das empresas e dos funcionários.   

A carreira em W (visualmente a junção de dois Y. Y+Y=W) surge, portanto, como uma solução à carreira em Y. Mas por quê?  

O modelo em Y possibilita apenas dois caminhos: liderança ou especialização ao invés de liderança e especialização.   

Com o modelo em W defende-se que é possível um terceiro caminho. Veremos a seguir a estrutura da carreira em W e qual caminho é esse.   

🔵Leia também: Profissional generalista ou especialista: qual é a diferença?

Descubra quantos cursos de graduação existem no Brasil!

Como funciona a estrutura de carreira em W  

Para entendermos melhor como funciona a estrutura de carreira em W precisamos novamente rever as formas de carreira que precederam esse modelo.   

Visualmente, o modelo bottom up (em tradução livre, algo parecido com “debaixo para cima”) representa essa forma de ascensão vertical.   

Já ouviu falar sobre as gerações mais antigas ficarem em um emprego a vida toda ao passo que os jovens têm, atualmente, uma mobilidade bem maior?   

Pois bem, essa relação dos boomers com o mercado de trabalho tem a ver com a lógica do modelo bottom up. Tempo e dedicação ao trabalho e à organização geram essa ascensão “de baixo para cima”. Funcionava, de forma resumida, assim.   

Podemos dizer que o Y, por sua vez, representa um funil, ou seja: topo largo e base estreita. Por isso, a estrutura de carreira em Y trata de um processo de aprofundamento.  

Nessa perspectiva, os profissionais especializam-se cada vez mais dentro da instituição, aperfeiçoando-se e conquistando cargos mais complexos e técnicos.  

Eles fazem um movimento de funil (Y) pois partem de um topo largo e genérico para uma base cada vez mais específica e estreita.   

Já o modelo em W, como já citamos brevemente antes, é a junção de dois Y que forma um zigue-zague.   

O que isso quer dizer?   

Que o modelo de carreira em W permite ao colaborador passar por diferentes setores da sua empresa, tornando-se um profissional multifuncional.   

E como isso funciona na prática?  

Podemos usar como exemplo o cargo de gerente de projetos. Essa pessoa pode gerenciar projetos em diferentes áreas da organização, do marketing ao financeiro, por exemplo. Ou seja, o profissional consegue atuar tanto em cargos mais técnicos quanto em posições gerenciais.  

Isso faz com que ele entenda as diferentes formas de trabalho e transite bem entre elas, tornando-se um profissional multifacetado.   

🔵Leia também: Feedforward: de olho no futuro da sua carreira

Objetivos da carreira em W  

Mas e porque ocorreram essas transições? Existem objetivos nítidos por parte das instituições e que beneficiam também os colaboradores, são eles:   

  • Sistematização de planos de carreira e cargos;  
  • Profissionais com múltiplas habilidades desenvolvidas;  
  • Melhores entregas com melhores resultados;  
  • Aumento da produtividade.  

Vantagens e desvantagens da carreira em W  

Após todas essas explicações, vale colocarmos a carreira em W na balança, afinal de contas, na nossa vida toda escolha significa também uma renúncia, ou seja: existem vantagens e desvantagens.  

Confira abaixo:   

A PARTE BOA:  
  • Os colaboradores ficam mais satisfeitos e engajados porque suas motivações e aspirações são levadas em conta;  
  • Novos cargos e possibilidades! Já ouviu falar que talvez cargos e profissões do futuro ainda nem existam? Pois então… Cria-se espaço para o novo!  
  • Perspectiva sistêmica do plano de carreira, assim as organizações conseguem atrair e reter mais talentos.  

🔵Leia também: Profissional em T: por que é tão valorizado no mercado de trabalho

A PARTE RUIM:  

A principal desvantagem da carreira em W, uma característica à qual empresas devem estar sempre atentas, é a questão do foco! Pode-se facilmente perder o foco diante de tantas atribuições.  

Os mercados estão cada vez mais competitivos e as demandas não param de chegar, ou seja: o acúmulo de funções pode levar a grandes transtornos, impactando na produtividade da corporação e na saúde mental do colaborador.   

Três filmes sobre carreira e diferentes gerações  

Um ditado popular diz que a vida imita a arte, por isso selecionamos três filmes que mostram os choques entre gerações quando pessoas com diferentes concepções sobre carreira convivem.  

Veja a seguir:  

Um Senhor Estagiário (2015)

O viúvo Ben, interpretado por Robert de Niro, tem 70 anos e resolve encarar um desafio: voltar a trabalhar. Ele vai parar no cargo de estagiário de uma grande empresa de moda. Spoiler: o espaço que abriga a empresa moderna onde Ben estagia era, no passado, o local onde Ben trabalhou a vida inteira.   

Além disso, é interessante observar a relação dele com seus colegas mais novos.   

Disponível em: HBO Max  

O Diabo Veste Prada (2006) 

Esse filme já virou um clássico! Andrea Sachs, interpretada por Anne Hathaway, é uma jovem que conseguiu emprego na Runaway Magazine, a mais importante revista de moda de Nova York. Ela passa a trabalhar como assistente de Miranda Priestly, eternizada por Meryl Streep, a principal executiva da revista.   

Apesar da chance que muitos sonhariam em conseguir, logo Andrea nota que trabalhar com Miranda não é tão simples assim e o choque geracional se faz presente. Vale a pena rever com um olhar aguçado e mais atento sobre esse assunto!   

Disponível em: Star+  

Uma Manhã Gloriosa (2010)  

Recém-contratada como produtora de um programa de notícias matutino, Becky Fuller, interpretada por Rachel McAdams, decide revitalizá-lo devido à baixa audiência e traz o lendário âncora Mike Pomeroy, que se recusa a seguir as suas ideias.   

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Redação Blog do EAD

Por Redação Blog do EAD

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