Entenda o que é distimia, um dos tipos de depressão menos conhecidos

Postado em 17 de mar de 2022
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A distimia é um transtorno bastante parecido com a depressão, que se difere em intensidade e no período de duração.

Acompanhe este artigo para entender o que é a distimia, como ela pode afetar a vida de um paciente e quando é o melhor momento de buscar tratamento.

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O que é distimia?

A distimia pode ser classificada como um distúrbio parecido com a depressão.

Ela tem intensidade moderada e uma série de características singulares, como mau humor e irritabilidade que permanecem por mais de dois anos. A distimia, ou transtorno distímico, é considerada por especialistas como um tipo de depressão crônica.

Pacientes com esse transtorno podem ter episódios de depressão para além dos sintomas da distimia que já experimentam. Os sintomas do transtorno distímico podem aparecer ainda na infância, mas o mais comum é que sejam percebidos na adolescência.

Quando aparecem na infância, os sintomas são percebidos igualmente entre meninos e meninas. Porém, quando aparecem mais tarde é mais comum o diagnóstico em mulheres.

Qual é a diferença entre depressão e distimia?

Como dissemos, a distimia pode ser considerada um tipo de depressão. Isso porque ambas apresentam sintomas semelhantes.

Porém, a diferença está na intensidade e na duração destes sintomas. Por exemplo, na distimia, os sintomas são mais brandos e o período de manifestação é menor.

Distimia e Bipolaridade

Não existe uma relação direta entre a distimia e a bipolaridade.

O transtorno bipolar é caracterizado por oscilações entre momentos de profunda depressão e momentos eufóricos, também chamados de mania.

Já a distimia se refere a uma irritabilidade contínua, onde uma pessoa se sente bem em alguns momentos e não muito bem em outros. Porém, não existe a mesma oscilação que a bipolaridade.

Em todo caso, se você tem maiores dúvidas sobre a relação entre a distimia e a bipolaridade, não deixe de consultar um profissional.

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O que pode causar a distimia?

Os especialistas ainda não têm um entendimento completo sobre as causas da distimia, mas a resposta pode estar em situações emocionais, alterações hormonais no cérebro e na genética.

O temperamento do paciente, assim como o estresse do dia a dia, também pode apresentar influência sobre a intensidade do distúrbio. Por ser próxima da depressão, especialistas tendem a crer que as causas da distimia podem ser as mesmas.

Nesse caso, ela seria causada por fatores bioquímicos, genéticos e ambientais.

Além disso, existem alguns fatores que podem aumentar o risco de uma pessoa ter distimia, como: ter parentes em primeiro grau com o distúrbio, eventos estressantes e a dependência da aprovação e atenção de pessoas próximas.

Quais são os sintomas da distimia?

Antes de falarmos sobre os sintomas, é importante frisar que este artigo não é um diagnóstico. Se você se identificar com a descrição, procure ajuda de um profissional.

Por conta da proximidade com a depressão, os sintomas da distimia podem ser confundidos.

Porém, o que o difere são o mau humor e a irritabilidade, ambos em um estado constante e independente do que estiver acontecendo na vida do paciente.

Uma pessoa com distimia pode conquistar algo muito bom para sua vida pessoal ou profissional e ainda assim continuar com esses sintomas.

Além da irritabilidade e mau humor, o paciente também pode sentir:

  • Baixa autoestima;
  • Desânimo e tristeza;
  • Predominância de pensamentos negativos;
  • Alterações do apetite e do sono;
  • Falta de energia para agir;
  • Isolamento social;
  • Tendência ao uso de drogas lícitas, ilícitas e tranquilizantes.

Foi observado que, em alguns casos, o paciente também pode apresentar dor muscular, dor de cabeça e problemas digestivos.

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Como é o diagnóstico?

O diagnóstico da distimia é feito de maneira clínica e considerando, principalmente, a manifestação dos sintomas durante dois anos consecutivos.

Uma percepção que precisa ser tirada do caminho nesse momento é de que os sintomas da distimia seriam parte da personalidade do paciente.

Isso porque muitos acreditam que são mal-humorados e desinteressados por natureza e, por isso, não procuram ajuda.

Para fazer o diagnóstico, é preciso que o paciente procure um psicólogo ou psiquiatra.

Distimia tem cura?

A distimia é um transtorno que tem tratamento. Ou seja, o paciente pode se tratar e superar a distimia, mantendo o cuidado constante para que o transtorno não reapareça.

Como é o tratamento da distimia?

O tratamento da distimia é feito através de atendimento especializado prolongado, ou seja, consultas com psicólogos ou psiquiatras.

Também pode se fazer necessário o uso de medicamentos antidepressivos.

A combinação dos dois métodos, medicação e terapia, já é o suficiente para se alcançar a superação do transtorno. Isso porque a distimia pode ser um processo de desequilíbrio bioquímico, mas também comportamental.

Então, além de buscar o equilíbrio bioquímico, o tratamento também ensinará ao paciente a ser mais consciente de suas próprias emoções.

Quando procurar tratamento para a distimia?

Se você apresentar os sintomas listados acima, ou parte deles, na intensidade citada e no período determinado é hora de procurar ajuda médica.

É preferível, nesses casos, que você descubra que estava apenas sofrendo uma crise de irritabilidade do que continuar vivendo com a distimia sem um diagnóstico.

Isso porque ela pode trazer dificuldade em seus relacionamentos pessoais e profissionais.

Como prevenir a distimia?

Como não se sabe com certeza a origem do transtorno distímico, não é possível determinar maneiras de preveni-lo.

Porém, um paciente com distimia pode viver uma vida tranquila se tiver sido diagnosticado e estiver cumprindo o tratamento como indicado.

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Cuidados com a saúde mental na graduação

De acordo com dados da OMS (Organização Mundial de Saúde), o Brasil lidera os rankings de pessoas diagnosticadas com depressão e ansiedade. Levando isso em consideração, é fácil imaginar que muitas dessas pessoas sejam estudantes universitários.

Isso porque o período de transição entre a vida escolar e a vida no ensino superior é desgastante e estressante.

O ensino superior exige que o estudante tenha maturidade e responsabilidade, ao mesmo tempo em que apresenta um mundo que funciona de maneira diferente da escola.

E embora muitos dos transtornos que acometem estudantes do ensino superior não possam ser evitadas, é essencial prevenir-se contra os gatilhos que podem gerar episódios de depressão, ansiedade e, também distimia.

Confira algumas dicas:

  • Procure ter uma rotina: manter uma rotina ajuda a manter a saúde mental. Comer em horários corretos, ter uma boa noite de sono e manter horários dedicados ao estudo e lazer ajudam a manter o equilíbrio.
  • Descubra hobbies: como dissemos acima, momentos de lazer também são importantes na sua rotina. Isso porque eles ajudam a desopilar. Então, se você já tem hobbies, coloque essas atividades na sua rotina. E se você não tem, procure descobrir algo que gosta de fazer sem compromisso, apenas para se divertir.
  • Estabeleça vínculos: estar isolado das outras pessoas, especialmente dos seus amigos e familiares pode levar à episódios de depressão. Por isso, é importante você nunca esquecer de manter seus vínculos, mesmo que esteja afastado fisicamente dessas pessoas. Outra dica importante nesse sentido é tentar não deixar sua vida social de lado, o que pode acabar levando ao isolamento. A questão aqui é manter o equilíbrio entre os estudos e sua vida social.
  • Comemore suas conquistas, mesmo as que parecem pequenas: é possível que durante seu período de graduação, você apenas pense no prêmio final, que é o diploma. Porém, para manter uma boa saúde mental, é essencial comemorar as pequenas conquistas também. É bastante possível que esse período da sua vida também gere competições com seus colegas, o que pode trazer prejuízo para sua saúde mental e vida social.
  • Conheça seus próprios limites: outra dica essencial é que você tenha autoconhecimento. Ou seja, consiga compreender suas capacidades e limitações e entenda até onde pode ir ainda se mantendo são. Por isso, busque conhecer sua própria personalidade através dos seus hobbies, terapia ou técnicas de meditação.

Esperamos que, ao chegar ao final deste artigo, você tenha entendido o que é a distimia, como ela pode afetar a vida do paciente e como buscar tratamento.

Gostaríamos de lembrar que este artigo não funciona como um diagnóstico e nem como um teste para saber se você tem distimia.

Caso tenha suspeitas, busque o conselho de um profissional.

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Mariana Bortoletti

Por Mariana Bortoletti

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Mercadóloga, jornalista e especialista em escrita criativa.